segunda-feira

"Medidas no câmbio são imprescindíveis."

Empresário diz que real forte ajuda na desindustrialização do País; 'já temos automóveis coreanos, eletrônicos coreanos e vários produtos chineses no nosso dia a dia'

Leandro Modé

O engenheiro Pedro Passos é um dos principais responsáveis pelo sucesso da Natura, a maior fabricante de cosméticos do País, que faturou mais de R$ 3,5 bilhões entre janeiro e setembro. Copresidente do Conselho de Administração da empresa, ele também dirige o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Nas duas posições, está preocupado com a valorização do real ante o dólar e, por isso, defende amplamente as recentes medidas do governo para tentar frear o movimento. "O governo acerta ao começar a sinalizar medidas mais fortes na direção de conter o fluxo de curto prazo e tentar mitigar a valorização do real", diz. "Acerta, mas são medidas transitórias e insuficientes para corrigir o problema."

Para Passos, o câmbio valorizado é um dos fatores que provocam a desindustrialização do País. "Em termos relativos ao PIB (Produto Interno Bruto), a indústria decresceu fortemente", afirma. "O cenário é evidente: já temos automóveis coreanos, eletrônicos coreanos e vários produtos chineses no nosso dia a dia." Ele conversou com o Estado na sexta-feira à tarde.

O governo tem acertado nas medidas para conter a alta do real?

No contexto global, há uma pressão de valorização do real muito forte, além daquelas que já existiam. Se nada for feito, a tendência é de valorização ainda maior. A perda de competitividade da indústria ocorre também por causa do câmbio. Por tudo isso, achamos que o governo acerta ao começar a sinalizar medidas mais fortes na direção de conter o fluxo de curto prazo e tentar mitigar a valorização do real. Acerta, mas são medidas transitórias e insuficientes para corrigir o problema.

Para muitos analistas, sobretudo no mercado financeiro, as medidas arranham a credibilidade conquistada a duras penas nos últimos anos.

Era preferível não ter de tomar essas medidas, porque de fato têm alguns efeitos colaterais no mercado financeiro, no livre fluxo, etc. Mas, no momento atual, se tornam imprescindíveis. Não seria a primeira opção, mas, diante do cenário presente, temos de enfrentar a situação mostrando que o País vai administrar, de certa forma, a moeda.

O sr. falou em medidas transitórias. O que seria permanente?

Temos de integrar a política monetária e a política fiscal. Temos de sinalizar que vamos na direção de maior folga fiscal. É o único caminho para reduzir os juros e, por consequência, ter menor valorização da moeda. Obviamente, não é só câmbio o problema. Há outros fatores ligados à competitividade que o Brasil precisa encarar.

Qual a parcela desse câmbio valorizado na redução da competitividade da indústria brasileira?

O câmbio é uma variável importantíssima. A gente pode ter uma estimativa pelo agravamento recente dos saldos comerciais. O Brasil produz déficit na área industrial sem igual. Em alguns itens de média e baixa intensidade tecnológica os déficits são impressionantes. De um ano para o outro, houve enorme deterioração. Isso é fundamentalmente influência do câmbio, porque as demais condições de competitividade (tributária, trabalhista, de infraestrutura) são as mesmas. Hoje, o câmbio é a variável mais próxima para melhorar a competitividade. A médio prazo, resolvidas essas questões estruturais, além de uma política externa mais agressiva, talvez não precisaremos depender de um câmbio subvalorizado para ter competitividade externa.

O déficit comercial do setor aumentou, mas a produção industrial a exportação de manufaturados têm crescido.

A produção está bem porque temos crescimento de mercado interno. Isso dá essa sensação de alívio. No entanto, se você toma os produtos industriais de mais alta intensidade tecnológica, estamos produzindo saldos comerciais crescentemente negativos. O Brasil enfrenta uma situação de assimetria absurda entre sua importância no PIB global e seu comércio exterior industrial. Enquanto nossa indústria representa 2,5% da indústria mundial, nossa pauta de exportação industrial é de 0,9%. A situação em um cenário de longo prazo é muito crítica.

Qual seria a taxa de câmbio ideal hoje?

Cada setor tem sua referência. Mas, na média, não é abaixo de R$ 2,00.

Só o dólar acima de R$ 2,00 deixa a indústria competitiva?

Neste momento, sim. No longo prazo, poderia ser outra taxa se as coisas estruturais estivessem resolvidas. Somos um país que coloca tributo na exportação. É grave.

Qual o risco de desindustrialização?

Não é um risco. É uma realidade que já está acontecendo. Em termos relativos ao PIB, a indústria decresceu fortemente. Alguns vão dizer: isso aconteceu em países desenvolvidos. Mas nenhum país chegou a ser desenvolvido sem ter uma indústria forte. Ninguém deu esse salto. Então, é preciso ter uma indústria forte, com aumento de renda per capita, etc, para depois poder ter um aumento da participação do setor de serviços. O mercado nacional vem sendo abastecido por produtos de diversas origens, principalmente asiática. O cenário é evidente: já temos automóveis coreanos, eletrônicos coreanos e vários produtos chineses no nosso dia a dia.

O dólar barato não é bom para renovação do parque industrial?

É. A vantagem existe. O problema é que, no Brasil, nem sempre se consegue taxas de financiamentos com taxas e prazos compatíveis. Nesse sentido, também advogamos que faz parte da correção do cenário criar novos mecanismos de financiamento de longo prazo. Temos uma dependência do BNDES, que fez belo papel durante a crise, mas, se o País continuar crescendo, precisamos desenvolver novas fontes.

Com um real mais desvalorizado, não ficaria mais difícil se internacionalizar, que é o caso da própria Natura?

Do ponto de vista de exportação de produtos fabricados no Brasil, não. Se eu tivesse fábrica em outros locais, teria mais competitividade do que tendo fábrica no Brasil. Vou particularizar o caso da Natura, que é muito especial. Como geramos a maior parte das receitas e das margens no Brasil e como sou exportador de recursos para investir em novos países, fica um pouco mais barato mandar com real valorizado. Mas é uma situação muito particular. O conjunto da indústria tem de criar escala e colocar seus produtos lá fora. Não é o que temos visto.

A produção externa no contexto atual é estratégica mesmo ou as empresas estão sendo empurradas por causa da competitividade aqui?

O Brasil é hoje um mercado grande suficiente para dar escala a diversos setores. Portanto, não há nenhuma razão, fora essas questões sistêmicas, para não ter base de produção aqui. Dou mais um exemplo do nosso setor: somos o 3.º mercado mundial, só atrás de EUA e Japão. Mas somos o 30.º exportador! Ou seja, temos escala, tecnologia, as maiores empresas do mundo operam aqui, mas só conseguimos ser o 30.º em exportação, com saldo comercial praticamente zerado. É urgente atacar o problema de frente.

Esse debate ficou escondido na campanha eleitoral.

É um momento confuso. O debate eleitoral se concentrou em outros pontos com mais eco popular. A discussão da economia não foi levada ao público. E é algo importante, porque vivemos momento de situação confortável, mas, se não tomarmos as correções devidas no próximo governo, vamos perder a grande oportunidade. Lastimo pela pobreza do diálogo, da conversa econômica no debate eleitoral.

Há quem defenda uma maior abertura comercial para ajudar a combater o problema do câmbio.

A longo prazo, tem esse efeito. Mas, no meio tempo, a indústria pode sofrer mais. Se o efeito fosse instantâneo, poderia se pensar numa coisas dessas. Vamos precisar liberar barreiras que o Brasil ainda tem, mas a longo prazo. Se barreiras são liberadas e outros fatores que nos tiram competitividade continuam, destruímos a indústria e ficará muito mais caro para a sociedade.

Como o sr. recebe a crítica de que a indústria vive "chorando"?

O Brasil viveu nos últimos anos uma desvalorização da indústria e não está percebendo o quanto de qualidade de vida o setor pode trazer. É claro que a gente veio de um período de alta inflação, no qual o mercado financeiro teve um predomínio. Mas está na hora de mudar a agenda para ter uma indústria forte. No passado, se falava da choradeira do agronegócio. O fato é que cada setor acha que o outro está chorando mais. O Brasil tem uma base industrial diversificada e pode ser um polo relevante para a América Latina. Estamos falando de 400 milhões de pessoas. Políticas de comércio exterior poderiam trazer grandes oportunidades para o desenvolvimento da nossa indústria.

sexta-feira

Roberto Carvalho, vice-presidente do Instituto Atlântico em visita a OAB







Roberto Carvalho, vice-presidente do Instituto Atlântico em visita a OAB, na foto com o Dr. Ophir Cavalcante e o vice-presidente da República, Michel Temer. Na outra foto, com o Dr. Ophir e o senador Demóstenes Torres.

quinta-feira

A REFORMA FISCAL PARA O BRASIL EFICIENTE













Movimento Brasil Eficiente







John Zemko, Diretor para a América Latina do Center For International Private Enterprise (CIPE), entidade sediada em Washignton, EUA, que é ligada ao Congresso Americano, em visita ao Cantagalo, RJ. Veio conhecer o projeto inédito do Instituto Atlântico, que visa a garantir o título de propriedade definitivo aos moradores dessa antiga comunidade carioca. O desafio, agora, é incluir outras áreas ocupadas irregularmente no Rio, integrando cada vez mais as "comunidades" aos bairros, acabando com a informalidade e impedindo novas invasões, ou ocupações em áreas de risco ou de preservação ambiental.

quarta-feira

Brasil Eficiente critica possível volta da CPMF


Brasil Eficiente critica possível volta da CPMF
Publicado em 07.11.2010
Diante da pressão pela recriação do tributo, economista do movimento empresarial diz que a proposta não passa de “estelionato eleitoral”

Angela Fernanda Belfort
abelfort@jc.com.br
Um dos coordenadores do Movimento Brasil Eficiente, o economista Paulo Rabello de Castro, criticou a possibilidade de volta da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), conhecida como o imposto do cheque. “É um estelionato eleitoral. Não acredito que os governadores foram eleitos com a bandeira de defender a volta desse tributo infame”, disse, acrescentando que o País precisa de uma nova estrutura tributária mais leve, ágil e desonerada. Na semana passada, uma articulação feita pelos governadores eleitos do PSB pediu a volta da CPMF à presidente eleita Dilma Rousseff. A iniciativa deles contou com o aval do presidente Lula.
A argumentação dos políticos é que preciso achar uma maneira de financiar as despesas que os Estados estão tendo com a saúde. No entanto, a volta da CPMF não foi bem vista por empresários porque traz mais custos para a cadeia produtiva. Derrubada pelo Senado em 2007, a antiga CPMF incidia sobre as operações financeiras das empresas e cidadãos. “Está sendo defendida a volta de um tributo sem se avaliar se há realmente a necessidade desses recursos”, afirmou.
O economista defende que o acompanhamento mais eficiente dos gastos públicos é umas das formas de tornar o País mais sustentável a longo prazo. “A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) está completando 10 anos sem que se tenha cumprido o que estabelece o seu Artigo 67, que prevê a implantação de um conselho de gestão fiscal para acompanhar a eficiência no gasto público”, lamentou.
Segundo Castro, um dos motivos pelo qual se deve acompanhar os gastos públicos é o fato de que a despesa pública corrente do País vem crescendo num percentual muito maior do que o Produto Interno Bruto (PIB) desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, com exceção nos anos de 1999 e de 2003. A despesa pública corrente inclui toda a estrutura governamental, como salários, Bolsa Família, custeio etc, enquanto o PIB mede todas as riquezas produzidas.
Com o aumento da despesa, é por isso que o comprometimento do governo chega menos ao investimento, de acordo com o economista. “Hoje, a taxa de investimento no Brasil estanca em menos que 20% do PIB, quando o nível requerido para crescer 6% ao ano seria de 25%”, resumiu. Como exemplo, ele citou que na China o investimento é superior a 40% do PIB ao ano, na Coreia do Sul é mais que 30% e no Chile está em cerca de 25%. “Esse é nosso primeiro desafio: organizar a sociedade brasileira para conduzir um processo mais intenso de investimentos ao longo desta década”, concluiu. O Brasil Eficiente está se articulando para lançar o movimento em Pernambuco com o apoio das entidades locais.

quinta-feira

Brasil Eficiente: menos impostos nos darão um Brasil a mais!


O Brasil, em vinte anos, poderá ter “UM BRASIL A MAIS”,
- isto é, R$ 3,4 trilhões adicionais ao PIB de 2030, em valores
atuais - se conseguirmos introduzir, prontamente, inovações
eficientes nos impostos e nos gastos públicos.
O Brasil precisa urgentemente de mais recursos públicos e
privados para investir em seu futuro desenvolvimento. A forte
retomada do crescimento econômico, registrada nos últimos anos
do governo Lula foi importante para a auto-estima do País, mas
não reverteu a limitação ao crescimento imposta por um ritmo
de inversões inferior a 20% ao ano. Identificamos, em pesquisa
realizada com Raul Velloso , um “pacto pró-gastança” que
impede, na prática, o País de elevar sua taxa de investimento,
especialmente no setor de governo. Entretanto, para que se
tenha uma pálida ideia do desafio de investimentos que temos
pela frente, será preciso construir no Brasil, entre 2011 e 2020, o
equivalente a duas cidades de São Paulo, completas, começando
do zero até o estágio atual!
Para chegar lá, temos que remover um sério problema: o tipo
de compromissos de gastos de toda espécie, criado a partir do
texto da generosa Constituição de 1988, que comprometeu o
equilíbrio do Orçamento no longo prazo.
Para cobrir parte da sua “divida social” acumulada, o Brasil
inflou os gastos assistenciais, que multiplicaram oito vezes
desde a Constituição de 88. Tampouco foi sacrificado o gasto em
Pessoal, ativo ou inativo, apesar das usuais reclamações quanto
a salários e pensões públicas. É bom lembrar que a conta de
juros também explodiu. Resultado: as explosões dessas rubricas
comprometeram o investimento público, que caiu a menos da
metade do que se investia antes da década de 80!
Trata-se de um modelo de alto gasto público de consumo.
O desafio da próxima Administração, em qualquer coligação
partidária vencedora, será o de usar os recursos fiscais da enorme
arrecadação pública, de modo mais eficiente. É fundamental que,
ao combater o desperdício, se redirecionem recursos para a infraestrutura,
tecnologia e educação. Para que o setor privado tenha
condições de investir mais, deve-se diminuir o peso da carga
tributária sobre o setor produtivo, simplificar e racionalizar a complicada estrutura tributária, melhorando a gestão dos recursos
públicos.
Tais objetivos são perfeitamente alcançáveis, pois as metas
fiscais podem ser estabelecidas em lei para ser alcançadas
ao longo de uma década (2011-2020). O Movimento Brasil
Eficiente, suprapartidário, e apoiado pelo IBEF, quer estimular o
Congresso Nacional a votar e aprovar esta meta, contida em lei
que a estipule.

PRIMEIRA PROPOSTA:
APROVAR PLANO DECENAL (2011-2020) INSCRITO
EM LEI PRÓPRIA, DE AJUSTE DO GASTO PÚBLICO,
DE CONTENÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA E DE
TRANSPARÊNCIA DE TRIBUTOS, QUE CHAMAREMOS
DE “LEI DO BRASIL EFICIENTE”!

Nesta lei, o crescimento médio, como meta da economia brasileira
na década, será de 6% ao ano. Esta meta geral requer estimular a
elevação dos investimentos totais a 25% do PIB (hoje estão em
18%). E para alcançar investimentos de 25% na renda nacional, a
colaboração do setor governo às inversões produtivas deve pular
de 2% do PIB, como é hoje, para 5%, como já o foi no último
período de crescimento acelerado (ver quadro página ao lado).

quarta-feira

Executivo Thomaz Magalhães de frente com Gabi



Já entrando no clima do “Teleton 2010”, o talk show “De Frente com Gabi”, apresentando pela jornalista Marília Gabriela, receberá o executivo paraplégico Thomaz Magalhães, que acabou reinventando a vida após sofrer um acidente que não permitia mais que ele andasse.

Aos 37 anos e com um ótimo padrão de vida, Thomaz, apaixonado por hipismo, vivia participando de competições. Quando treinava para mais uma, ele acabou caindo e sofrendo um acidente, fazendo com que não pudesse mais andar.

Depois de muitas dificuldades, Thomaz superou esse choque de sua vida e resolveu seguir em frente. Atualmente, o executivo pratica esqui aquático e é campeão na modalidade para deficientes. No bate-papo com Marília Gabriela, Thomaz conta sobre seu acidente, a sensação ao saber que não poderia mais andar e também sobre sua superação.

O executivo também falará a respeito de sua vida profissional e pessoal, já que é casado e pai de dois filhos. Thomaz também mudou sua vida profissional, mas revela que se sente feliz e realizado e com muita vontade de viver.

Aproveitando esse clima de superação, Thomaz também fala um pouco sobre o projeto “Teleton”, realizado na parceria do canal aberto SBT com a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). O executivo ressalta como é importante o clima de solidariedade e acredita que as doações podem salvar e mudar muitas vidas.

Depois de ter sofrido o acidente, Thomaz ficou muito mais pensativo em relação à solidariedade e não hesita em ajudar ao próximo. “De Frente com Gabi” especial com o executivo vai ao ar no próximo domingo (31), logo após o “Programa Silvio Santos”, a partir das 00h00.